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Cátedra Carlos Hasenbalg/CeLapes – CBAE/UFRJ Futuros da Universidade Diversa, Internacional e Democrática

Maria Lígia de Oliveira Barbosa


O Sistema Brasileiro de Educação Superior: Esboço de uma abordagem inovadora


A agenda sobre diversificação institucional ganha contornos próprios no Brasil, em virtude da reconfiguração da oferta de educação superior orientada por um elevado grau de virtualização concentrado em cursos de baixo e médio retornos econômicos e sociais, oferecidos em IES com fins lucrativos.


A diversificação institucional dos sistemas de educação superior tem motivado esforços voltados para entender como efetivamente as instituições operam, para além de classificações normativas ou jurídicas (Munoz, 2013; Brunner, 2009; Huisman et al. 2015). Apesar de esforços recentes (e.g. Schartzman et al. 2021), ainda há muito a avançar em entender em que medida os processos de diversificação institucional têm produzido diferentes estruturas de funcionamento das instituições brasileiras ou, ao contrário, reforçaram diferenciações tradicionais.


Sendo assim, as perguntas dessa agenda de pesquisa ´podem ser resumidas:

           

  • Para além das categorias de classificação oficiais como se pode caracterizar e agrupar as IES, de forma a compreender como as IES efetivamente funcionam.

  • Quais tipos/grupos de instituições podem ser identificados a partir de um conjunto abrangente de indicadores de organização institucional?

  • Como passar da descrição de agrupamentos estatísticos para a produção de um princípio de classificação que ordene as categorias ou tipos de IES num sistema de interrelações?

 

Como a literatura brasileira trabalha a expansão do nosso sistema de ensino superior?


1. As estratégias de massificação do acesso à educação superior têm levado a um alto grau de concentração da oferta educacional no Brasil em IES com fins lucrativos (Seki 2021; Carvalhaes, Medeiros, Santos, 2022; Tagliari 2023).


2. A expansão por meio da criação de tipos institucionais centrados no ensino (como faculdades e centros universitários) acrescenta uma camada adicional à separação das funções de ensino e pesquisa (McCowan, 2017).


3. Elementos adicionais:


a. Concentração da oferta educacional em poucas combinações de áreas de estudo (Santos et al. 2020);

b. Consolidação da pesquisa em uma pequena proporção de IES

(Schwartzman et al., 2021) e;    

c. Padronização ensino por meio da mediação tecnológica e plataformização

(Lima et al., 2023).


Quais são as nossas contribuições? Os resultados preliminares


Grau elevado de concentração das matrículas em poucos grupos, incluindo IES de grande porte e alto grau de virtualização do ensino na graduação e IES de médio porte com oferta diversificada e multifuncionais.


Universidades públicas e privadas, com baixa virtualização e professores envolvidos em pesquisa, constituem grupo à parte e relativamente estável do sistema.


Os demais agrupamentos reúnem IES especializadas (vocacionais, formação de professores etc.), outras com grau elevado de integração com a comunidade externa etc.

 

Os pontos críticos indicados pelos colegas (Ana Fanelli e Gabriel Errandonea)


1. Ponto de partida: classificações administrativas/legais X funcionamento

Seria necessário discutir melhor o Impacto da Regulação político-legal sobre os modelos institucionais


2. Tipologia única e as possibilidades de comparação X várias tipologias (temáticas?) – a tipologia poderia ser uma base útil de comparação? Seria necessária uma tipologia para cada país ou deveríamos pensar em tipologias com foco em temas específicos? Entre esses temas destacam-se: o lugar da Pesquisa e o impacto das áreas de conhecimento nos modelos institucionais.


3. O problema dos dados – Fanelli indica muito o problema de dados falsificados ou maquiados e mostra a qualidade diferenciada dos dados brasileiros. Neste item são levantadas questões sobre o que seria uma instituição que pudesse ser classificada como universidade e sobre a (in)existência de mecanismos de asseguramento da qualidade dos cursos.


Para finalizar, questões da Prof. Ana Célia Castro:


A. Futuros da Universidade = Focar nas possibilidades colocadas para a Educação Superior no Brasil e nos países latino-americanos. Pensar especialmente nos sentidos do trabalho, que se transforma, e no papel dos ditos conhecimentos superiores.


B. Considerar as mudanças demográficas em andamento e como elas podem recolocar o lugar da educação superior. Qual sentido da educação superior numa sociedade com mais idosos e menos jovens?



 


foto do sociólogo argentino Carlos Hasenbalg
Carlos Hasenbalg

Cátedra Carlos Hasenbalg- CBAE/Celapes


A Cátedra Carlos Hasengalg, CBAE- UFRJ é uma conjugação da atividade de pesquisa com a docência e a extensão, oferecendo cursos que são também desenvolvimento do trabalho científico e divulgação dos resultados alcançados.


Com uma abordagem interdisciplinar e transversal dos temas relacionados ao funcionamento da educação superior, a Cátedra visa também institucionalizar e sistematizar a colaboração com os governos nacionais para a produção e análise de dados e indicadores sociais sobre os sistemas de educação superior.


É também uma proposta de abertura do espaço acadêmico e de participação no debate público sobre a democratização da educação superior.


Conheça o site Celapes - Centro Latino - Americano de Pesquisa em Ensino Superior https://www.celapes.org/


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